quarta-feira, 13 de maio de 2009

Baía de Tóquio – Kenzo Tange

Sua definição de arquitetura era, na verdade, bastante simples: "Ela deve ter algo que comova o coração com formas básicas sem negligenciar a lógica espacial, usando a tradição como se fosse o elemento catalisador de uma reação química."

tokyo-kenzo-tange

Na época em que as cidades se desenvolviam em torno da praça central e em que as pessoas viviam dentro dos limites das sociedades regionais, a praça era o núcleo das comunicações. A catedral, o castelo e a prefeitura eram tanto os locais espirituais como os símbolos da vida urbana. Hoje, as comunicações libertaram a cidade dos liames de organização fechada e determinaram profundas modificações da sociedade.”

Kenzo Tange, 1960. Plano para Tóquio. 


paulo miyada

“Embora Tange não seja oficialmente um membro do grupo metabolista, seu projeto possui características comuns aos projetos metabolistas: a construção de densos agrupamentos humanos sobre paisagens ainda não urbanizadas; a organização da cidade como um sistema de infra-estruturas e edifícios vazios, a serem ocupados por apartamentos e células espaciais industrializadas escolhidas pelos usuários; a previsão de um tempo útil específico para cada componente da cidade – seu ciclo de vida – sendo as casas o componente de menor duração e a infra-estrutura o mais perene.”

Citação da minha iniciação científica; é curioso como são raras as citações ao modo a estrutura de Tange seria ocupada. As vias estariam associadas a infraestruturas pesadas de longa duração, as lages e pilares dos edifícios seriam feitos de concreto e ocupadas por divisórias e cápsulas de plástico e outros materiais leves.

Nas entrelinhas da geração que desenhava megaestruturas por todo o mundo, havia dois dois pressupostos: primeiro, de que se apenas o esqueleto da cidade fosse permanente, os habitantes de uma cidade poderiam reorganizá-la cotidianamente, da mesma maneira que faziam com suas casas; segundo,
que as cidades deveriam estar preparadas para um aumento exponencial do tempo livre do cidadão comum, que seria dedicado à reorganização constante tanto das casas como dos espaços comuns das cidades.

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